Aproxima-se o Dia da Mãe.
Pensámos abrir o Cemitério para permitir a entrada para limpezas e arranjos nos Monumentos Funerários ali existentes.
Mas temos consciência de que, agindo assim, estaríamos a permitir e incentivar a saída e aglomeração de pessoas em espaço aberto mas... quando se tem pedido que permaneçam em casa.
Temos procedido e vamos continuar a proceder às limpezas possíveis no interior até que as condições se alterem. Por isso se manterá fechado o Cemitério até que legalmente seja possível a sua abertura.
Este ano não vamos cumprir "a
tradição" de entregar, no final da Eucaristia, uma rosa a cada mãe/mulher
presente na Igreja.
Este ano...
Este ano vamos colocar uma coroa, nos
portões que delimitam o espaço, onde tantas mães estão reunidas! Será uma coroa
de homenagem, com verdes, flores e... rosas de todas as cores!
Que cada um se una a esta iniciativa com
um momento de silêncio e oração, na paz de nossas casas e em "reunião
espiritual" com os nossos familiares...
… Dias virão em que mulher e mãe
Gandaresa, encarnando uma só, será ela também objecto de culto, mais que
merecido, pelo exemplo de vida, fidelidade, amor, poupança, “sofrimento alegre”
(qual Madre Teresa de Calcutá!) em que, vivendo o seu dia-a-dia, sofre, se
alegra, é fiel, poupada e ama desmedidamente. Haverá, concerteza, um Gandarês
de sete costados capaz de propor e lutar para que ela seja homenageada
convenientemente. Ela que sendo esposa exemplar, paciente, compreensiva,
dedicadíssima, virtuosa, respeitadora de seu marido e totalmente entregue a
seus filhos, sofre quando estes sofrem, é feliz quando eles são felizes, chora
quando eles choram, ri quando eles riem, em suma a sua verdadeira e única
riqueza está exactamente nos seus filhos.
“ Despida do
adorno ardente
Que só por festas usava,
Quando a sorte lhe prendava
Algum metal mais luzente:
Sua beleza aparente.
Outra maior vem do fundo
Do seu amor que enche o mundo
E que só ela detém:
Beleza do amor profundo,
Beleza só desta MÃE!...
Pele tisnada pela aragem,
Mãos grossas, dos muitos calos
Que a enchada e seus abalos
Lhe brindavam pela coragem.
Retenho, ainda, esta imagem:
Pés descalços, nus, gretados,
P’lo frio e geada ornados;
Lenço negro nos cabelos;
Mas estes, se desatados,
Em trança, ao vento, que belos!...
No coração, um espinho
P’lo filho que se lhe ausenta;
Já, no seu peito, um carinho
Ao filho que amamenta;
A segurança, no braço
Do filho que leva, em mão,
E, no seu ventre-regaço,
Outro filho, em gestação,
Que consagra, em oração,
Ao seu Deus em cada passo.
És MÃE a cada momento;
Pai e mãe, por mais que um dia,
Pois que moureja, na Ria,
O amor do teu pensamento.
Fazes gala ao sofrimento,
Enfrentas sua rudeza;
Do teu suor, fazes pão
Repartido, à tua mesa.
Grande e nobre coração
És tu, ó MÃE GANDARESA!...”
(DR Luís Ventura de Pinho)